quarta-feira, 28 de maio de 2008

Pequenas e breves considerações




















A que não basta ter cinco sentidos para lhe perceber toda a beleza.
A que lança a angustia ao mundo, ao romper o cordão umbilical do ser que carrega e protege,
assegurando assim a primeira separação do ser humano, assinalando a vertigem do nascimento.
Ser que preserva inconscientemente a infância, pelo simples facto de sempre esperar por algo, algo novo, que a faça rasgar o estado de vigília, de realidade, e alcançar o mundo dos sonhos que lhe preenche a alma e mata tão desmesurada curiosidade.
Invencível pelas lágrimas que traz aos ombros, pela facilidade com que as derrete.
Flor divina num emaranhado de ternura...
De todas as luzes presentes no mundo, a de maior brilho.
Abaixo do indiferente azul do céu, a mulher é um consolo.


"Pedaços de céu são elas.
Como licor, desejo, sabor...belas.
As mulheres.
São tela, são sonho, são pastilha elastica de mil sabores.
São perfume,
São perfume de mil e um odores.
As mulheres."

segunda-feira, 12 de maio de 2008

...
























"Dou a mão com sede de infinito ao que reluz de madrugada na terra dos sonhos.
A chuva erguesse e afirmasse com repentina saudade, chorando cristais de açúcar que beijam os meus lábios.
Caminho sem olhar para trás, levando comigo uma mão carregada de espinhos .
Caminho sem pensar no passado, sem pensar no reflexo que uma vez vi quando me debrucei sobre o lago no jardim.
O meu enfadonho reflexo.
Estranho agora este tempo, a
ausência de sons e imagens.
As ruas despidas de gente, as estradas, as passagens.
E esta dor que se promove, que não é vendida a ninguém.
Parece dada com prazer, a quem espaço para ela tem.
Os espinhos que tenho comigo, como os guardo, como os aguento...
São saudades,
são saudades.

Como as conheço,
Como as abraço..."

domingo, 4 de maio de 2008

Pequena aproximação ao tema saudade...
























Quando dói, dói por ser ferida.
É dor suave, mas tão ou mais funesta que um amor fulminante.
É o exemplo de que podemos atribuir ao coração uma mente, uma consciência.
Sendo a saudade nada mais senão a memoria do coração.
A saudade não se deve á distancia, mas sim ao quebrar de uma parte de nos, á ausência de uma parte de nos.
A distância apesar de impedir que se veja, não impede que se ame efectivamente.
Não se questiona o porquê de sentirmos saudade, alias, tal é a sensação que nunca temos duvidas que ela existe, que a estamos a sentir.
A saudade imortaliza acontecimentos, é maquina do tempo que arrasta o nosso pensamento até á felicidade de um momento.
É doença com um único antídoto, sendo esse antídoto apenas um meio de a tratar, mas não de a curar.