quarta-feira, 25 de março de 2009

Consternação - ou visão / viagem interior ao anais do ser
























"E há razoes para deprimir?
Devíamos passar simplesmente menos tempo a lamentar tudo aquilo que na realidade não possui razões para lamentos...
Ou será que não?...
Hmmm..."


"Gostava apenas de acreditar que por mais que não encontre razões em mim de momento, para me entregar a inóspita incerteza, esta estabelece em mim enorme prazer, conforto, e até admiração.
Fugir ao que julgo precisar, ao que julgo me dar satisfação, ao que realmente me faz sentir "eu", na teoria para mim posso não o declarar...
Mas na pratica acabo sempre por interromper, o que a todo o custo faço por não querer pensar alcançar".


"Não me deixa alternativa a acrasia, o acto impulsivo de me oferecer, a mundos, fundos, de afecto.
Quem me dera a mim não sentir.
Mas a estas leis obedeço...
Não há como fugir.
Não posso deprimir com avareza, não.
Tenho razões para explodir emoções, porque simplesmente sou ser humano".


"Tanta confusão, tanto pavor, por vezes faço de mim puto e não um senhor.
E um negro mate afiado cepticismo cai agora sobre mim...
Alastra de dia para dia".


"Abstenho me de pensar por vezes, porque faz quebrar a delicadeza que dou ao interior do meu próprio mundo e a tudo o que o faz ser.
Porque lá no fundo, julgo reconhecer, que por vezes coisas tão doces, tão meigas, tão preciosas como aquelas que desta forma estabeleço no meu mundo, não merecem sucumbir, padecer de resposta ou retribuição, só porque não quero abrir os olhos para ver, que tenho é medo da solidão.
O meu mundo vai padecendo de outros mais.
Nada a fazer..."





quinta-feira, 5 de março de 2009

...

















Vejo silhuetas que se fazem passear em balanço sem trajecto.
Como erram,
como conseguem se oferecer a um obscurantismo desmedido,
a ternas promessas de baixo custo.
Sem medida ou questão,
posso afirmar convictamente:
Que entre os teus gestos e riso,
trazes no cu esses ilusórios sonhos.
Portanto persiste em sorrir.
Persiste.
E reza para que os consigas cagar,
para que não perdurem nas profundas entranhas do incerto.
Fácil é ver o quanto te mitigas,
pois entre tudo aquilo que fui e não quis ser,
nunca me encontraste observador.
Pois nunca fui nada...
Nem a fina camada de ar que se criava entre o chão e os teus pés.
Nem merda, nem mijo, nem pó!
A melhor das razoes que encontrei para amar,
foi um dia desejar querer transparecer.
Nada me faz tão bem quanto o amor.
Nada me deixa tão fugaz como o ardor,
de me auto flagelar sem razão,
quando me entrego a exaustão,
de me encontrar noutro ser.
Escapa me o tempo.
Já não sou quem era...
Trazia dentro de mim uma miséria,
uma cova redonda de consternação.
Quase amei, quase.
Se pensar um pouco, é essa a verdade.
Já a muito que desci as escadas do teu corpo,
do teu cheiro,
do teu sabor,
da tua alma.
Já a muito que cá não estás.
Creio que é fácil de assim o ver.