sábado, 16 de janeiro de 2010

Ciúme




















Bebo mais um pouco desta cicuta, e deixo me embalar sobre o teu colo.
Enquanto isso não deixo partir a raiva, o ódio, de quem chega até mim através de ti.
O ódio de quem tenta profanar algo tão belo.
Algo tão nosso...
Vejo quem te encanta, passar e chegar a ti, entre o negro entardecer de mim, entre o ponto cego dos meus olhos.
Sou fraco, fraco em abri-los.
Quando os podia simplesmente fechar, impedindo me assim de ver o que por mim não quer ser visto.
Se acho o ciúme, é porque és digna de o merecer de mim!
Fosse o amor existir sem o ciúme...
Fosse eu sentir ciúmes se não te amasse...
Quando esse ciúme só me deixa ainda mais perto do prazer...
Isto porque não consigo imaginar o oposto do que temo, e deixo me padecer da dor ampliada que me faço receber, por saber
e sofrer pelo ampliado prazer de que me sinto excluído.
Não fossem os prazeres do amor, males que se fazem desejar...
Sinto o ciúme é verdade...
Ao amor não sei mentir.