segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Tempo Reduz Tudo a Nada




















O tempo é a forma graças à qual a vanidade das coisas aparece como a sua instabilidade, que reduz a nada todas as nossas satisfações e todas as nossas alegrias, enquanto nos perguntamos com surpresa para onde foram. Esse próprio nada é portanto o único elemento objectivo do tempo, ou seja, o que lhe responde na essência íntima das coisas, e assim a substância da qual ele é a expressão.

Arthur Schopenhauer, in 'O Mundo como Vontade e Representação'


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

...
























Amiga,
trago mais de ti em mim do que podia o tempo alguma vez julgar...
Não.
Não trago apenas memorias,
não trago historias,
não trago vitorias,
mas antes um olhar.
Um olhar sobre as coisas de forma diferente, complacente, aberto.
Um sobrevoar atento ao que interessa e não interessa fazer sentido.
Mergulho porém ainda perplexo no sabor ou sentido de uma oratória que surge
incompreensível.
Não a questiono.
Jamais.
Mas dói ouvi-la vezes e vezes sem conta,
quando ainda preenche o pensamento,
quando ainda corrompe o sentimento,
quando me estoira de exaustão.
De justiça me acho tão certo...
Não havia lugar para decidir com a emoção.
Havia e haverá ainda assim um lugar aberto,
onde eu me encontro...
mas tu não...

Onde todos os meus dias são um adeus...
Onde agora
meus olhos desfazem as chamas que Eros nos deu.
Onde penso no banco de jardim encarnado,
Onde me questiono se Eros morreu...