sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
...
Amiga,
trago mais de ti em mim do que podia o tempo alguma vez julgar...
Não.
Não trago apenas memorias,
não trago historias,
não trago vitorias,
mas antes um olhar.
Um olhar sobre as coisas de forma diferente, complacente, aberto.
Um sobrevoar atento ao que interessa e não interessa fazer sentido.
Mergulho porém ainda perplexo no sabor ou sentido de uma oratória que surge incompreensível.
Não a questiono.
Jamais.
Mas dói ouvi-la vezes e vezes sem conta,
quando ainda preenche o pensamento,
quando ainda corrompe o sentimento,
quando me estoira de exaustão.
De justiça me acho tão certo...
Não havia lugar para decidir com a emoção.
Havia e haverá ainda assim um lugar aberto,
onde eu me encontro...
mas tu não...
Onde todos os meus dias são um adeus...
Onde agora meus olhos desfazem as chamas que Eros nos deu.
Onde penso no banco de jardim encarnado,
Onde me questiono se Eros morreu...
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