sexta-feira, 11 de abril de 2008

...

























"As horas pareciam brinquedo nas mãos de uma criança.
Pião com pressa de girar.
Os rostos empalideciam brindando a algo novo, a ideias cuspidas de profetas.
A morte dos copos vazios, das garrafas violadas, do fastio pelo liquido, dominava o espaço.
Um, dois, três ou mais tropeços espíritos desenhando um horizonte.
As paredes, todos os objectos, gastavam se nos meus olhos...perdendo a cor.
Todos os vultos me pareciam distantes, porém tão certos da sua proximidade enquanto grupo.
Transmitiam...Alegria?

(...)

Defuntos é o que lhes chamo!
Vi as suas sepulturas erguerem se a minha frente,
Sem que as vissem.
Só eu.
Éramos todos defuntos com malícia mascarada de inocência!
Perfeitos pecados rasgados da bíblia,
terríveis diabretes vendendo doces envenenados.
Criaturas sem igual.
Morríamos e renascíamos como unidade, motivados pelo mesmo sonho, ligados pela mesma gargalhada, fazendo trapézio em gumes de faca.
Arrastando a mesma dor.
Agrilhoados a ela".

"Como que um prometeu agrilhoado, assistimos da ultima fila,
ao mundo que gira em redor".

Um comentário:

Ritz disse...

"As horas pareciam brinquedo nas mãos de uma criança.
Pião com pressa de girar(...)"
Começou bem este teu poema e acabou ainda melhor. Gostei, de facto, da forma como soubeste transmitir metaforicamente tantos sentimentos. Gostei !

Congrats!