quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ás vezes olho nos olhos








Ás vezes olho nos olhos que olham os meus.

Fico me por eles,

Pela verdade que me transmitem.

Sem querer pressionar, sem querer aborrecer

a realidade em meu redor

que se torna alheia.

Tudo morre á minha volta,

Tudo se mexe sem eu ver.

O mundo arrasta a sua carcaça até ao sepulcro,
e deixa me ser:

Quem eu quero.

Quem eu sou.



Fecho os olhos…

Depreendo que não estou sozinho.

Tal é o ósculo, o tocar ao de leve,

Que não tenho receio de supor que fui abençoado,

Que deixei de ser o órfão de amores,

A quem nunca estenderam a mão.

Com vontade, confiança, emoção...


É como sangue o que me dá este alento!


Gira o mundo nas minhas costas devagar...

Não me interessa as voltas que ele dá,

O tempo que leva a dar sombra ao dia,

A pressa com que rouba á noite a sua magia,

Desde que eu tenha este espelho,

Este credível reflexo,

No reflexo do meu olhar.


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