![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwV_6oil_mGCxQh2VD6qOzLM5FhqW82R1qoc2q4xjLc2vB1oh7kTHeWXl0q0_TTDKTpM6TH8qK4QgQWuFBK_JRO25BN_xUyaqjaEmWTapBLbAare5HLuibu6plH6tE-4yfZ036OJYbhIQ/s320/mulher_2.jpg)
A que não basta ter cinco sentidos para lhe perceber toda a beleza.
A que lança a angustia ao mundo, ao romper o cordão umbilical do ser que carrega e protege,
assegurando assim a primeira separação do ser humano, assinalando a vertigem do nascimento.
Ser que preserva inconscientemente a infância, pelo simples facto de sempre esperar por algo, algo novo, que a faça rasgar o estado de vigília, de realidade, e alcançar o mundo dos sonhos que lhe preenche a alma e mata tão desmesurada curiosidade.
Invencível pelas lágrimas que traz aos ombros, pela facilidade com que as derrete.
Flor divina num emaranhado de ternura...
De todas as luzes presentes no mundo, a de maior brilho.
Abaixo do indiferente azul do céu, a mulher é um consolo.
"Pedaços de céu são elas.
Como licor, desejo, sabor...belas.
As mulheres.
São tela, são sonho, são pastilha elastica de mil sabores.
São perfume,
São perfume de mil e um odores.
As mulheres."
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"Dou a mão com sede de infinito ao que reluz de madrugada na terra dos sonhos.
A chuva erguesse e afirmasse com repentina saudade, chorando cristais de açúcar que beijam os meus lábios.
Caminho sem olhar para trás, levando comigo uma mão carregada de espinhos .
Caminho sem pensar no passado, sem pensar no reflexo que uma vez vi quando me debrucei sobre o lago no jardim.
O meu enfadonho reflexo.
Estranho agora este tempo, a ausência de sons e imagens.
As ruas despidas de gente, as estradas, as passagens.
E esta dor que se promove, que não é vendida a ninguém.
Parece dada com prazer, a quem espaço para ela tem.
Os espinhos que tenho comigo, como os guardo, como os aguento...
São saudades,
são saudades.
Como as conheço,
Como as abraço..."
Quando dói, dói por ser ferida.
É dor suave, mas tão ou mais funesta que um amor fulminante.
É o exemplo de que podemos atribuir ao coração uma mente, uma consciência.
Sendo a saudade nada mais senão a memoria do coração.
A saudade não se deve á distancia, mas sim ao quebrar de uma parte de nos, á ausência de uma parte de nos.
A distância apesar de impedir que se veja, não impede que se ame efectivamente.
Não se questiona o porquê de sentirmos saudade, alias, tal é a sensação que nunca temos duvidas que ela existe, que a estamos a sentir.
A saudade imortaliza acontecimentos, é maquina do tempo que arrasta o nosso pensamento até á felicidade de um momento.
É doença com um único antídoto, sendo esse antídoto apenas um meio de a tratar, mas não de a curar.