sexta-feira, 7 de março de 2008

Liberdade/ Confiança / medo



























"O que nos faz realmente sentir que somos livres?
Há quem se gabe da sua liberdade.
Há quem goste de dizer que são livres de fazer o que lhes apetece, de poder escolher o que mais lhes convém.
Mas será a liberdade apenas uma questão de poder de escolha?
Há indivíduos que não gostam de se sentir amarrados a nada.
Mas não serão estas pessoas na realidade egoístas?
Suponho que sim...
Os homens na verdade nunca são livres.
A liberdade está absolutamente dependente e limitada por regras.
Não é ao sermos contra o sistema das coisas, da sociedade, que iremos nos sentir mais próximos da liberdade, mas sim ao impedirmos que o sistema nos roube tal direito.
O homem está condenado a ser livre, e a sentir se responsável por tudo aquilo que faz, e da mesma forma será julgado no mundo em que foi lançado pelas suas acções e escolhas.
Se o homem é livre terá que assumir todas as consequências das suas acções e omissões".




"O que nos faz confiar em alguém?
Confiança é deixarmos simplesmente de analisar se alguma coisa é verdadeira ou não?
Confiar em alguém é por vezes um acto de amizade ou de amor.
Quanto mais descobrimos de alguém, mais motivos teremos, ou não, para confiar nessa pessoa.
Porém, há quem tenha dito (
Arthur Schopenhauer) que a confiança em alguém é constituída de três coisas:
Preguiça, egoísmo e vaidade.
Preguiça quando, para não investigar, vigiar e agir, preferimos confiar em outrem;
Egoísmo quando a necessidade de falar dos nossos assuntos, problemas, nos leva a confidenciar-lhes algo;
Vaidade quando alguma coisa nos torna orgulhosos.
Na realidade, não será mais conveniente confiarmos em nos mesmos apenas?
Não é de todo negativo desconfiarmos das pessoas,
nunca deveríamos irritar-nos com a desconfiança, pois nela reside um elogio à probidade.
É a admissão da sua raridade que faz com que entre no rol das coisas de cuja existência duvidamos".




"Há sempre razões para sentir medo quando se ama.
O que é que nos assusta mais?
O receio de deixarmos de ser amados, ou o facto de correr riscos de deixar de amar alguém, magoando tal pessoa?
Creio que ambas as possibilidades são sempre reconhecidas e tomadas em consideração.
Quando é que paramos de amar ou de estimar alguém?
O que será que nos provoca desinteresse?
Desilusões?
Onde está a confiança nesses momentos, quando é ela que nos faz antecipar actos e palavras da pessoa com quem partilhamos algo?
Nunca nos conhecemos suficientemente bem.
Contamos sempre com alguém para nos mostrar como realmente somos.
E por vezes acabamos por ver características em nos que nunca julgamos possuir.
O medo por vezes acaba por ser de nos mesmos e não das pessoas ou das situações em que nos envolvemos.
O medo não é mais senão uma reacção natural humana, uma reacção de protecção.
Mas como poderemos nós nos proteger de nós mesmos?
Simplesmente não nos envolvendo com ninguém?
Que outros problemas nos traria tal proibição?
Não me parece que o mais certo seja não nos envolvermos.
Na verdade, se os medos existem, existe também a necessidade de os ultrapassar.
O homem nunca ao longo da historia se mostrou amedrontado por aquilo que não conhecia.
A necessidade de vencer os medos é também uma característica puramente humana".

"Evitar a felicidade com medo que ela acabe é o melhor meio de ser infeliz. Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo". Mark Twain





Um comentário:

Unknown disse...

Fogo... grande texto...:)
Bjinho