terça-feira, 14 de julho de 2009

Estudos: personalidades e momentos/ Banco de jardim















Sento-me mais uma vez.
O local: O de sempre.
A razão: A mais distante e fria.

Não sou mais do aquele que olha para trás no tempo e que sente.
Não sou mais do que aquele que lembra.
Não sou mais do que aquele que olha para toda a magia corrida dos momentos que passei, dos momentos que roubei, á triste vida a sua fantasia.
Nunca sonhei, nunca fiz mais do que fazer de conta que sonhava.
Não poderia almejar o que não tinha lugar para mim e outras pessoas, visto que por vezes o espaço, de tão limitado que era, nos obrigaria a apertar.
Sinto uma vaidade em mim por já ter profanado uma ou duas vidas.
Sinto um abandono em mim por as ter vivido tão depressa...
É essa a sensação que fica.
Viver um amor tão curto.
Até o amor é descartável quem diria...
A aventura do amor traz consigo algumas certezas:
Interesse, descoberta, fascínio, regozijo, aborrecimento, e desinteresse.
Não há como escapar deste caminho descendente.
Não se ama para sempre.
Nunca tomei outro caminho se bem me lembro.
Estou velho.
Velho porque pesa em mim todo o fado de mil e uma aventuras, todo o fado de caminhar descalço e terminar sozinho.
Mas julguei me certo uma vez!
Uma vez mais certo do fracasso isso sim...
Quão ignóbil não me tornei eu...
Por não saber amar, por não saber dar parte de mim!
Resta-me contar ao silencio, e até por vezes aos desconhecidos transeuntes, estas minhas historias de consternaçao.
Fica o desalento vivo no rosto de quem as ouve, rola a lágrima pela pena voltada para mim.
Não nasci para saber dar, mesmo quando sentia amor dentro de mim.
Quando olho á minha volta, apenas vejo lugares de mim nas pessoas com quem me cruzo, nada mais do que um lugar inóspito e fechado.
Quem o fechou fui eu.
Quem se fechou fui eu.

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